Os Segredos de Rosslyn |
Ter, 02 de Dezembro de 2008 09:14 |
Christopher Knight e Robert Lomas A pequena vila de Roslin localiza-se a aproximadamente quinze quilômetros ao sul de Edimburgo através da estrada para Penicuik. Ela é famosa por três razões: uma fazenda estatal experimental que tem produzido pares de ovelhas geneticamente clonados; as ruínas de um castelo que foi destruído pelo Exército dos Roundheads quando a Guerra Civil Inglesa espalhou-se até a Escócia; e uma não muito usual capela medieval. A Capela de Rosslyn foi iniciada em 1440 e tem demonstrado ser o mais antigo monumento que possui claras conexões com a Maçonaria moderna, os Cavaleiros Templários e a Jerusalém do primeiro século. Para compreender Rosslyn nós temos que compreender os Cavaleiros Templários que eram, sem dúvida, a mais famosa ordem de guerreiros cristãos surgida no período medieval ou em qualquer outro. Estes monges guerreiros possuíam uma improvável concepção, uma existência controversa e um legado espetacular; todas essas características asseguraram que eles encontrassem seu lugar dentro de mais de uma lenda. Fatos extraordinários a respeito das façanhas dos Templários têm produzido todo tipo de românticos e de charlatões séculos a fora e, devido a isto, diversos estudiosos conceituados tornam-se imediatamente cépticos a qualquer teoria que mencione pelo nome. Do mesmo modo que é completamente verdadeiro que muito de absurdo tem sido escrito a respeito dos Templários, seria absurdo admitir que eles eram apenas uma ordem comum que apenas surgiu para captar a imaginação de um número sem fim de tipos esotéricos. No mínimo, os Templários seriam qualquer coisa, menos comuns. De acordo com avaliações aceitas, esta bem sucedida e enorme ordem surgiu quase que por acidente em 1118, logo após a morte do primeiro rei cristão de Jerusalém, Balduíno I, e a sucessão por seu primo, Balduíno lI. Costuma-se dizer que este novo rei foi procurado por nove Cavaleiros franceses que aparentemente informou-o que eles desejavam ser voluntários como uma audaciosa força de defesa para proteger os peregrinos dos bandidos e assassinos que havia nas estradas da Terra Santa. A história registra que o recém empossado rei imediatamente alojou-os no sítio do Templo de Salomão e pagou o seu sustento por nove anos completos. Em 1128, apesar do fato do grupo nunca ter se afastado do Monte do Templo, eles foram elevados à categoria de Ordem Santa pelo Papa por seus valorosos serviços na proteção dos peregrinos por toda uma década. Foi neste ponto preciso, que eles formalmente adotaram o nome de Ordem dos Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente, 'os Cavaleiros Templários'. Este minúsculo grupo de homens medievais foi repentinamente posicionado como o exército de defesa oficial da Igreja Romana na Terra Santa. As hostes sarracenas devem ter se divertido muito com isto! As coisas mudaram rapidamente. Dentro de poucos anos, o bando de maltrapilhos que havia acampado nas ruínas do Templo dos judeus, miraculosamente transformou-se em uma esplendorosa, fabulosa e saudável Ordem que se tornaria os banqueiros dos reis da Europa. Nós realmente acreditamos que os registros dos livros de História sobre o surgimento dos Cavaleiros Templários eram muito simplórios e, deste modo, precisávamos descobrir o que realmente ocorreu na segunda década após a Primeira Cruzada. Em nosso último livro, chegamos à conclusão de que os Templários não haviam protegido nenhum peregrino, pois eles gastaram todo o seu tempo escavando embaixo do Templo arruinado, a procura de algo, possivelmente o tesouro de Salomão. De fato, outros chegaram a conclusões similares antes de nós: A verdadeira tarefa dos nove Cavaleiros era empreender buscas na área, de modo a obter certas relíquias e manuscritos que contivessem a essência da tradição secreta do Judaísmo e do antigo Egito, alguns dos quais provavelmente remontassem à época de Moisés. * O Exército dos Roundheads era a força militar dos partidários puritanos de Sir Oliver Cromwell, lorde protetor da Grã Bretanha e Irlanda, quando da Revolução que depôs a casa real dos Stuart do trono inglês, em 1649. Cromwell instituiu uma república, baseada nos conceitos reformadores da Igreja Puritana da Inglaterra, permanecendo no governo da Grã Bretanha até o ano de 1658. (N. T.) Em 1894, quase oitocentos anos após os Templários terem iniciado a escavação sob as ruínas do Templo de Jerusalém, seus túneis secretos foram novamente sondados, nesta época por um contingente do exército britânico liderado pelo tenente Charles Wilson, membro dos Engenheiros Reais. Eles nada descobriram dos tesouros escondidos pela Igreja de Jerusalém, mas nos túneis cavados séculos antes, eles encontraram parte de uma espada templária, uma espora, restos de uma lança e uma pequena cruz templária, Todos esses artefatos estão agora em poder de Robert Brydon, um arquivista templário na Escócia, cujo avô fora amigo de um certo Capitão Parker que tomou parte nesta e em outras expedições que escavaram abaixo do sítio do Templo de Herodes. Em uma correspondência escrita ao avô de Robert Brydon em 1912, Parker relata a descoberta de uma câmara secreta abaixo do Monte do Templo com uma passagem que ligava à Mesquita de Omar. Ao surgirem dentro da mesquita, o oficial do exército britânico teve que fugir dos irados sacerdotes e fiéis para não morrer. Não há dúvida de que os Templários de fato realizaram escavações maiores em Jerusalém e a única questão que nós precisávamos considerar era: o que os levou a empreenderem tal enorme projeto e o que precisamente eles descobriram? Quando estávamos escrevendo nosso último livro, embora estivéssemos certos em saber o que eles tinham descoberto, nós apenas podíamos especular que a motivação para toda esta aventura deveria ter sido uma caça ao tesouro oportunista. Nós novamente consideramos o mútuo juramento de aliança que os nove Cavaleiros estabeleceram no início de sua escavação, dez anos antes que eles se estabelecessem como a Ordem dos Cavaleiros Templários. Diversos livros sobre os Templários usualmente estabelecem que o compromisso era uma promessa de 'castidade, obediência e pobreza' - que soa mais como um voto para monges do que para um pequeno grupo independente de Cavaleiros. Entretanto, quando o juramento é analisado em sua origem latina, este é traduzido por 'castidade, obediência e manutenção de toda propriedade em comum'. Existe uma clara diferença entre jurar nada possuir e jurar compartilhar toda a prosperidade em comum - e prosperidade é o que eles obtiveram em pouquíssimo tempo! Nós, entretanto, permanecemos intrigados pela natureza muito religiosa deste mútuo juramento. Outros observadores têm comentado sobre isto, pois sabem com certeza que os Templários, de fato, se tornaram uma ordem de monges guerreiros, mas como estes nove Cavaleiros saberiam o que ocorreria dez anos mais tarde? Muitas questões precisavam ser respondidas: 1. Por que eles precisavam abraçar a 'castidade' em uma época em que os padres católicos romanos não o faziam? 2. Por que um pequeno grupo de homens completamente independente precisou realizar um juramento de obediência e a quem eles estavam planejando serem obedientes? 3. Se eles eram meros caçadores de tesouros, por que eles pretenderiam compartilhar toda a propriedade em comum quando o método usual seria o de dividir o espólio? Para responder apropriadamente a estas questões, nós precisaríamos conhecer um pouco mais a respeito das circunstâncias deste pequeno grupo de cavaleiros que se reunira em Jerusalém em 1118. Nós certamente sentimos que algo estava errado aqui e nosso principal temor era que a verdade pudesse ter se perdido ao longo dos séculos e que nós nunca esclareceríamos as motivações destes homens. Nós sentíamos que a conclusão razoável a respeito da segunda questão sobre a necessidade de 'obediência' fortemente sugeria que outras pessoas deveriam estar envolvidas e que deveria haver um plano mais elaborado do que uma simples caça ao tesouro. Os três votos quando colocados juntos serviam mais aos padres do que aos Cavaleiros. Nós relembramos rapidamente do estilo de vida dos homens da comunidade dos Essênios descritos nos Manuscritos do Mar Morto: uma existência ascética que igualmente aplicava-se aos líderes da Igreja original de Jerusalém que originalmente havia enterrado os manuscritos e os tesouros que os Templários descobriram. A partir de nossas pesquisas prévias, nós acreditamos que os manuscritos removidos pelos Templários agora residem abaixo da Capela de Rosslyn na Escócia. Um Santuário Templário A Capela de Rosslyn está protegida por uma pequena estrada lateral passando por entre duas excelentes estalagens que somente pode ser notada por aqueles que se aventuram pela vila de Roslin. É difícil ver muito da edificação à primeira vista, uma vez que ela está obstruída por árvores e altos muros ao longo do lado norte, mas que estranhamente proporciona uma rápida visão da parede ocidental com suas duas bases de colunas no ponto mais alto. A entrada é realizada através de uma pequena cabana, onde lembranças podem ser compradas e onde é servido chá com biscoitos. Assim que se cruza a porta dos fundos da cabana, o esplendor desta curiosa e única capelinha é imediatamente óbvio e leva-se nada menos que alguns minutos para se perceber que esta é nada menos que um texto medieval escrito em pedra. A proeza artística de William St Clair não é semelhante a nada que nós já tenhamos visto anteriormente e nunca havíamos nos encantado tanto com a aura gerada no interior e exterior celestialmente esculpidos. Como uma obra arquitetônica, ela não é particularmente graciosa, nem as suas dimensões físicas impressionam, mas mesmo assim instintivamente sente-se que este é um lugar muito especial. Nós nada encontramos de cristão nesta assim chamada 'capela', uma observação que tem sido realizada por muitos observadores conhecidos por nós, desde então. Há uma estátua de Maria com um menino Jesus, um batistério com fonte, alguns vitrais com alegorias cristãs, mas tudo isto são intrusões vitorianas ocorridas quando a capela foi consagrada pela primeira vez. Estes atos de 'vandalismo' foram muito significativos, mas mal concebidos, uma vez que eles não puderam retirar a magnificência anterior da celestial edificação originariamente esculpida. Esta construção cuidadosamente planejada não foi somente construída sem um batistério, ela não possuía nenhum espaço para um altar em seu lado oriental e uma mesa de madeira hoje em dia serve para esse propósito no centro de um simples salão. A História registra que não foi consagrada até que a Rainha Victoria a visitasse e sugerisse que a mesma fosse transformada em uma igreja. Construída entre os anos de 1440 e 1490, a estrutura é coberta por uma combinação de motivos celtas e templários que são instantaneamente reconhecidos pelos modernos Maçons. Preparados com um detalhado senso das antigas origens da Maçonaria, nós começamos a perceber que existem pistas precisas e secretas impressas na construção da edificação que estabelecem uma ligação sem qualquer dúvida entre o Templo de Herodes e esta maravilha medieval. Há apenas dois salões: um salão principal e uma cripta que é acessada via uma escadaria no lado oriental. O salão possui quatorze pilares, doze dos quais são iguais, mas os localizados no sudeste e no nordeste são únicos, ambos esplendorosamente esculpidos com diferentes desenhos. Freqüentemente tem sido dito que estes pilares representam aqueles que existiam no átrio interior do Templo de Jerusalém chamados de Boaz e Jachin, que são hoje em dia muito importantes para os Maçons. Um exame mais atento revela-nos que a parede ocidental e a totalidade do piso foram projetados como uma cópia das ruínas do Templo de Salomão e a superestrutura acima do pavimento térreo e além da parede ocidental era uma interpretação da visão sobre a Jerusalém Celeste feita pelo profeta Ezequiel. Os pilares principais - Boaz e Jachin - são posicionados precisamente do mesmo modo que aqueles existentes em Jerusalém. Nós sabíamos que o ritual do grau maçônico conhecido como Santo Real Arco descreve a escavação das ruínas do Templo de Salomão e claramente estabelece que deveriam haver dois esplendorosos pilares no lado oriental e mais doze de concepção idêntica exatamente como encontramos em Rosslyn. Nós, então percebemos, que o layout dos pilares formava um perfeito tríplice Tau (três formas de 'T' unidos), exatamente como o descrito no ritual maçônico. Além do mais, de acordo com o grau do Santo Real Arco, também deveria haver um 'Selo de Salomão' (idêntico à Estrela de David) fixado ao tríplice Tau e uma inspeção mais acurada revelou que toda a geometria da edificação era de fato construída em torno desse desenho. Quando construiu Rosslyn, William St Clair inseriu estas pistas e colocou o significado da decodificação deles dentro dos então rituais secretos do grau do Santo Real Arco. Através do ritual maçônico, ele explicou anos mais tarde o que ele estava tentando dizer: O tríplice Tau significa, entre outros significados ocultos, Templum Hierosolyma - o Templo de Jerusalém. Ele também significa Clavis ad Thesaurum - uma chave para um tesouro - e Theca ubi res pretiosa deponitur - Um lugar onde algo precioso está oculto - ou Res ipsa pretiosa - A própria coisa preciosa. Esta era uma profunda confirmação de nossa tese de que Rosslyn era uma reconstrução do Templo de Herodes. Nós imediatamente imaginamos se este ritual da Maçonaria continha essas palavras para o único propósito de revelar o significado de Rosslyn ou se Rosslyn havia sido projetada neste formato para confrontar-se com os conhecimentos mais antigos? Nesse momento isto não importava, pois estava claro para nós que William St Clair era o homem que tinha estado envolvido com ambos. A definição maçônica do 'Selo de Salomão' segue a seguir: A Jóia de Companheiro do Real Arco é um triângulo duplo, muitas vezes chamado de Selo de Salomão, inscrito em um círculo de ouro; na base há um rolo de pergaminho onde constam as seguintes palavras Nil nisi clavis deest - Nada é desejada a não ser a chave - e no círculo aparece escrito, Si tatlia jungere possis sit tibi scire posse - Se vós pudestes compreender estas coisas, vós conhecestes o suficiente. William St Clair havia cuidadosamente escondido esta escrita secreta dentro dos rituais da Maçonaria, que devem ter existido anteriormente a 1440. Neste ponto, nós sabíamos que era certo que o arquiteto deste 'Templo de Yahweh' escocês tinha inserido as suas próprias definições para estes antigos símbolos para que alguém em um futuro distante pudesse 'virar a chave' e descobrir os segredos de Rosslyn. Os nove Cavaleiros originais que cavaram abaixo dos escombros do Templo de Herodes cuidadosamente mapearam as fundações abaixo do solo, mas eles não possuíam nenhuma condição de saber como a principal superestrutura se parecia, exceto pela seção da parede ocidental que ainda existia de pé aquele tempo. As principais paredes de Rosslyn equiparavam-se exatamente com a linha de paredes do Templo de Herodes descobertos pela expedição do exército britânico liderada pelo tenente Wilson e pelo tenente Warren, membros dos Engenheiros Reais. Plano de Rosslyn Wilson iniciou um levantamento de toda a cidade de Jerusalém para a padronização do Levantamento de Artilharia em 1865 e, em Fevereiro de 1867, o tenente Warren chegou para empreender uma escavação dentro das galerias abaixo da área do Templo. Um dos diversos diagramas produzidos por Warren Ilustra o grau de dificuldade que eles encararam e ajuda a explicar o porquê dos Cavaleiros Templários terem levado nove anos para conduzir suas escavações. A maior parte da edificação de Rosslyn foi projetada como uma interpretação da visão de Ezequiel da Jerusalém reconstruída ou 'celeste' com suas muitas torres e pináculos. Uma das partes da edificação que é claramente diferente é a parede ocidental que foi construída em proporções maiores. A explicação oficial para esta escala maior é a de que a própria 'capela' seria somente uma capela lateral de uma igreja colegiada muito maior. Os atuais guardiões de Rosslyn admitem que esta explicação é uma suposição, uma vez que não existem evidências de que esta fosse a intenção de William St Clair. Certamente, qualquer parede que permanecesse sozinha poderia ser parte de uma edificação que tenha sido praticamente demolida. Neste caso há uma terceira opção: de que a parede seja uma réplica de uma edificação praticamente demolida, deste modo, nunca haveria uma outra parte - nem atual, nem pretendida. Inicialmente, parecia ser assim, embora fosse impossível encerrar de modo conclusivo o debate. Após a publicação de nosso livro anterior, nós estivemos em contato com um grande número de pessoas, muitas das quais possuíam informações para nós ou estavam em posição de oferecer assistência. Entre estas pessoas encontrava-se Edgar Harborne que é um conceituado Maçom, sendo um Past Grande Mestre de Cerimônias Assistente da Grande Loja Unida da Inglaterra. Edgar é também um estatístico e integrava uma sociedade de pesquisa na Universidade de Cambridge, onde era patrocinado pelo Ministro da Defesa para analisar a rendição e os pontos cruciais dos campos de batalha. Ele foi capaz de confirmar que nossa tese a respeito da morte de Seqenenre Tao, o rei da décima sétima dinastia do Antigo Egito, era altamente plausível devido aos ferimentos que não eram totalmente típicos daqueles encontrados em antigas batalhas. Edgar foi perspicaz ao visitar Rosslyn em companhia de seu bom amigo Dr. Jack Millar que é um diretor de estudos de uma famosa universidade. Felizmente para nós, Jack é um geólogo de considerável fama, com aproximadamente duzentas publicações acadêmicas em seu nome. No inicio de Agosto de 1996, Edgar e Jack voaram à Edimburgo onde nós nos encontramos, em uma sexta-feira à tarde, e imediatamente nos dirigimos para Rosslyn para uma avaliação do terreno como precursora de uma investigação de solo mais profunda. Lá, nós nos encontramos com Stuart Beattie, o diretor de projeto de Rosslyn, que gentilmente nos abriu o edifício. Edgar e Jack passaram algumas horas absortos pela beleza e complexidade da obra de arte,e então nos retiramos para o hotel para discutir nosso plano de ação para o dia seguinte. Ambos os homens estavam muito excitados e todos nós conversamos muito sobre o que havíamos visto. Entretanto, Jack esperou até o café da manhã do dia seguinte para nos contar que ele havia notado algo sobre a parede ocidental que ele acreditava que acharíamos interessante. Quando nós retornamos a Rosslyn ele nos explicou. . 'Este debate sobre se a parede ocidental é uma réplica de uma ruína ou uma seção inacabada de uma edificação muito maior...', disse Jack, apontando para o lado do noroeste. 'Bem, há somente uma única possibilidade - e eu posso assegurar-lhes que vocês estão corretos. Aquela parede ocidental é um disparate'. Nós ouvimos atentamente as razões que poderiam provar os nossos argumentos. 'Há duas razões do porquê de eu poder assegurar que isto é um disparate. Inicialmente, enquanto aqueles suportes possuem uma integridade visual, os mesmos não possuem nenhuma integridade estrutural; a cantaria não está presa completamente à seção central principal. Qualquer tentativa de construir além teria resultado em um colapso estrutural... E o povo que construiu esta 'capela' não era tolo. Eles simplesmente nunca pretenderam ir além'. Nós olhamos para onde Jack estava apontando e pudemos ver que ele estava absolutamente certo. Ele continuou: 'Ainda mais, venham até aqui e dêem uma olhada nas pedras de canto'. Jack andou até o canto e nós o seguimos, de modo que todos estivéssemos diante das desiguais paredes arruinadas que possuíam pedras projetando-se na direção do ocidente. 'Se os construtores tivessem interrompido o trabalho por causa da falta de dinheiro ou apenas para completarem posteriormente, eles teriam deixado um trabalho de cantaria perfeitamente esquadrinhado, mas estas pedras tinham sido deliberadamente trabalhadas para aparentar estarem danificadas - exatamente como uma ruína. Estas pedras não foram expostas às intempéries como aquela... Elas foram cortadas para parecerem com uma parede arruinada'. A explicação de Jack foi brilhantemente simples. No início daquele ano, nós havíamos trazido o Professor Philip Davies, do Departamento de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield e o Dr. Neil Sellors, um colega de Chris, até a Escócia onde fomos convidados do Barão St Clair Bonde, um descendente direto de William St Clair e um dos mantenedores da Capela de Rosslyn. Nós nos dirigimos à inacreditavelmente bela moradia do Barão em Fife onde nós fomos muito bem recebidos por ele e por sua esposa sueca, Christina, e aonde nos foi apresentada uma esplêndida refeição sueca onde nos foi apresentado um outro dos mantenedores, Andrew Russell e sua esposa Trish. Na manhã seguinte, nós todos fomos visitar Rosslyn onde o Professor Davies havia arranjado um encontro com seu velho amigo o Professor Graham Auld, o Reitor da Divindade da Universidade de Edimburgo. Os dois pesquisadores bíblicos estudaram a edificação por dentro e por fora e então se dirigiram ao longo do vale para vê-Ia de uma certa distância. Ambos os homens conheciam muito bem Jerusalém e de fato concluíram que a construção era um notável remanescente do estilo herodiano. Olhando a partir do exterior da parede norte, Philip repetiu suas impressões: 'Este não se parece com qualquer lugar de veneração cristã. A impressão esmagadora é a de que foi construída para abrigar algum grande segredo medieval'. Pondo junto à evidência desses conceituados acadêmicos das universidades de Cambridge, Sheffield e Edimburgo, parece que nós havíamos provado nosso argumento de que Rosslyn foi projetada como uma réplica do Templo de Herodes. O Barão St Clair apontou que mais de cinqüenta por cento do grande número de figuras esculpidas na edificação estão portando rolos de pergaminhos ou livros e um pequeno friso é arrematado com uma cena que parece mostrar algo como rolos de pergaminhos sendo colocados em caixas de madeira com uma sentinela colocada e portando uma chave encimada com um esquadro. O esquadro é uma peça fundamental do simbolismo maçônico. Esta e outras evidências a partir das esculturas convenceram-nos de que os manuscritos dos Nazoreanos que nós já sabíamos terem sido removidos debaixo do Templo de Herodes pelos Cavaleiros Templários estavam aqui em Rosslyn. Uma Linha de Conhecimento Sempre nos impressionou, como uma forte curiosidade, que o nome da 'capela' é escrita como Rosslyn, enquanto que o da vila em torno desta é escrita como Roslin. Ao pesquisarmos sobre esta diferença, foi-nos dito que se passou a escrever o nome com um duplo 's' e com 'y' somente a partir da década de 1950 como uma forma de tornar o lugar um pouco mais celta. Nós sabemos que os lugares com nomes celtas sempre possuem um significado, mesmo sendo estes muito cumpridos, como a vila gaulesa de Llanfairpwllgwyngethgogerwyllyndrobwllllantisiliogogogoch, e que contém uma completa descrição do lugar. (esta última significa: A Igreja de Santa Maria próxima ao rápido moinho d'água ao lado da côncava aveleira branca oposta à caverna vermelha de São Sílio). Entretanto, ficamos curiosos sobre o significado gaélico de 'Roslin' que freqüentemente tem sido explicada como uma queda d'água ou promotório, apesar desta não descrever o local nem agora e nem em qualquer época passada. As palavras comuns em gaélicos para promontório são roinn, rubha, maoil ou ceanntire e para queda d'água são eas ou leum-uisge. Um significado adicional para Ross, ocorrendo apenas em nomes de origem irlandesa, é promontório de madeira, que somente se o nome possuísse conexões irlandesas (ou se os pesquisadores anteriores tivessem usado um dicionário gaélico-irlandês por engano) se poderia formá-lo usando-se esta definição. Com fluência em gaélico, Robert sabia que o som fonético 'Roslin' poderia ser escrito como 'Rhos Llyn' que significa 'lago acima do pântano'. Sem ser surpreendente, entretanto, estas palavras oriundas de Gales não descrevem o lugar de forma melhor que as irlandesas e, deste modo, procuramos as duas sílabas em um dicionário gaélico-escocês que nos forneceu a seguinte definição: Ros: um substantivo que significa conhecimento. Linn: um substantivo que significa geração. Parece que em gaélico, Roslinn poderia ser traduzido por conhecimento das gerações. Nós estamos certos de que confiar em dicionários sempre resulta em traduções curiosas e sendo assim, decidimos recorrer a alguém que realmente conhecesse a língua gaélica (corretamente conhecida por gaélica e nunca como gaulesa). Durante uma visita à Grande Loja da Escócia em 1996, nós fomos apresentados à Tessa Ransford, a diretora da Biblioteca de Poesia Escocesa em Edimburgo. Nós ficamos extremamente lisonjeados em descobrir que ela, uma notável poetisa escocesa, havia escrito um poema para louvar o nosso livro anterior. Um dos propósitos principais da Biblioteca é tornar acessível ao público a poesia da Escócia em qualquer língua que tenha sido escrita; isto significa que Tessa, que é casada com uma pessoa fluente em gaélico, reunia-se regularmente com um grande número de pessoas que possuíam um conhecimento detalhado da língua. Nós contatamos Tessa e perguntamos se ela poderia verificar se a nossa interpretação do nome Roslin estava correta e ela gentilmente concordou em discuti-Ia com especialistas nesta língua. Alguns dias mais tarde, ela nos procurou dizendo-nos que a nossa tradução não havia considerado uma significante pista contida na palavra 'Ros' que mais corretamente carrega um significado que a faz ser mais especificamente ser 'antigo conhecimento'; deste modo, a tradução que ela confirmava era mais precisamente: antigo conhecimento passado ao longo das gerações. Tessa e seus colegas estavam realmente excitados e nós estarrecidos com esta ainda mais poderosa interpretação que aparentava encaixar-se perfeitamente com o propósito de Rosslyn ser considerada como um santuário de antigos manuscritos. A próxima questão era: quando a palavra 'Roslin' ou 'Roslinn' (uma vez que não havia uma padronização da escrita naqueles dias) foi usada inicialmente? Nós sabíamos que ela era anterior à construção da 'capela' de William St Clair, o que poderia indicar que os manuscritos removidos debaixo do Templo de Herodes haviam sido mantidos no castelo antes da 'capela' ter sido construída. Através de uma breve investigação, nós rapidamente descobrimos que a história dos St Clair, na Escócia, iniciara com um cavaleiro chamado William St Clair que popularmente era conhecido como William, o Gracioso. William era natural da Normandia e sua família era conhecida oponente do Rei Guilherme I, o normando que conquistou a Inglaterra em 1066. William St Clair considerava que ele possuía um bom motivo para reivindicar o trono da Inglaterra através de sua mãe Helena, que era filha do quinto Duque da Normandia, uma vez que Guilherme, o Conquistador, era o filho ilegítimo de Roberto, Duque da Normandia, com a filha de um curtidor que se chamava Arletta. A família St Clair ainda refere-se ao Rei Guilherme I simplesmente como Guilherme, o Bastardo. William, o Gracioso, foi o primeiro St Clair a mudar-se da Normandia e naturalmente falava apenas o francês, mas seu filho Henri foi educado sob a forte regra celta de Donald Bran e, deste modo, falava o gaélico tão bem como o francês normando (assim como todos os St Clair posteriores até o tempo de Sir William, o construtor da 'capela'). Nós descobrimos que foi este Henri St Clair que primeiro portou o título de Barão de Roslin, logo após seu retorno da Primeira Cruzada. Esta data foi um grande desapontamento para nós uma vez que ela desestruturou a nossa bela teoria. Henri teria retornado da Cruzada por volta do ano 1100, oito anos antes dos Templários iniciarem suas escavações, e deste modo o nome Roslin (antigo conhecimento passado ao longo das gerações) não poderia ser uma referência aos manuscritos que nem ainda haviam sido descobertos. Entretanto, como nós refletimos e pensamos que nós havíamos descoberto algo novo e muito importante para as nossa pesquisa. Nós recusávamos a acreditar que seria uma mera coincidência o fato de Henri ter usado um nome de tal significado para o seu novo título e, sendo assim, começamos a pesquisar em busca de novas pistas. Nós logo após descobrimos que Henri St Clair havia lutado nas Cruzadas e marchado para Jerusalém ao lado de Hugues de Payen, o fundador dos Cavaleiros Templários. Além disso, logo após Henri ter escolhido 'Roslin' como seu título, Hugues de Payen casou-se com a sobrinha de Henri e foram dadas terras na Escócia como um dote. As conexões estavam além da controvérsia, mas o que elas significavam? Henri estava, através da escolha de seu título, sinalizando que possuía um conhecimento especial da antiga tradição, ou era, talvez, apenas uma peça pregada por Henri para seu próprio divertimento? Parece que a nossa intuição de que os nove Cavaleiros que formavam os Templários sabiam o que estavam procurando estava correta, mas nós não poderíamos imaginar como eles poderiam saber o que estava enterrado sob o Templo de Herodes. Talvez, um melhor estudo da edificação revelaria alguma pista. Os Cavaleiros da Cruz Vermelha da Passagem da Babilônia Nossa descoberta de que Rosslyn possuía conexões incontestáveis com os graus da Maçonaria moderna causou muito interesse após a publicação d'A Chave de Hiram e muito pesquisadores nos procuraram. Um deles era um historiador maçônico da Bélgica chamado Jacques Huyghebaert. Jacques enviou-nos um e-mail perguntando-nos sobre a origem da inscrição em latim gravada no arco da Capela de Rosslyn que havíamos mencionado em nosso livro. Traduzida ela significa: O VINHO É FORTE, UM REI É MAIS FORTE, AS MULHERES SÃO AINDA MAIS FORTES. MAS A VERDADE CONQUISTARA A TODOS. Este estranho lema é a única inscrição original em toda construção e era claramente de muita importância para William St Clair na década de 1440. A mensagem eletrônica de Jacques dizia: Vocês poderiam me fornecer a versão original em latim desta inscrição que está esculpida no Santuário de Rosslyn? Vocês seriam capazes de datá-la? ... Vocês conhecem um grau [maçônico] complementar que se ocupa da relação entre Vinho, Reis, Mulheres e a Verdade? Este grau é chamado de 'Ordem dos Cavaleiros da Cruz Vermelha da Babilônia' ou da 'Ordem do Caminho da Babilônia' e na Inglaterra está intimamente relacionado ao Real Arco. ... Seu ritual é baseado no Livro de Esdras e os eventos que ocorreram durante o Cativeiro da Babilônia... De acordo com a lenda maçônica deste grau, Zorobabel, o Príncipe de Judá, solicitou uma audiência no Palácio na Babilônia, de modo a obter permissão para reconstruir o Templo do Altíssimo em Jerusalém. O Rei da Pérsia, demonstrando sua boa vontade sobre esta permissão, disse 'que tem sido um costume desde tempos imemoriais, entre os Reis e os Soberanos desta região, em ocasiões como esta propor certas questões'. A questão que Zorobabel deveria responder era: 'Qual delas é a mais forte, a Força do Vinho, a Força dos Reis ou a Força das Mulheres?' Nós estávamos muito empolgados com as boas novas e respondemos a Jacques, dizendo que a existência desta inscrição em Rosslyn e o seu uso em um alto grau da Maçonaria deve estar além da coincidência. Ele nos respondeu: Como vocês disseram, isto deve estar além da coincidência. Entretanto, eu recomendaria sermos cautelosos... Vocês poderiam verificar se esta inscrição não foi esculpida por um 'espertinho' no século XIX ou XX, que tinha conhecimento deste grau, e a adicionou discretamente durante um recente trabalho de restauração? Se, entretanto, por uma chance a inscrição em latim em Rosslyn provar-se ser mais ANTIGA do que 1700 não haverá dúvida de que vocês fizeram uma GRANDE DESCOBERTA, pois esta seria a primeira prova irrefutável de que os rituais dos altos graus eram trabalhados na Escócia tempos antes de seu lugar geralmente aceito e do seu período de criação: em França, após o ‘Discurso' do Chevalier Ramsay, isto é, a partir da década de 1740. Nós imediatamente contatamos Judy Fisken, que era a curador de Rosslyn àquela época, para estabelecer a origem da inscrição. Judy nos informou que a pedra na qual a inscrição encontrava-se gravada era uma parte intrínseca da estrutura da edificação e que ela estava certa de que as palavras gravadas datavam da construção da 'capela' nos meados de 1400. Deste modo, escrevemos para Jacques: As chances da inscrição em latim ser uma adição posterior são iguais a zero. Nenhuma área do interior foi deixada sem ser esculpida e estas palavras não foram certamente sobrescritas a qualquer outra existente. O tipo de fonte certamente corresponde a do século XV. Também até 1835, a conexão maçônica com o edifício não era ainda amplamente conhecida para que alguém tivesse embocado sobre o pilar Jachin, fazendo parecer exatamente como os demais pilares, de modo que o significado maçônico dos pilares gêmeos fosse escondido. * André-Michel Romsay, conhecido por Cavaleiro de Ramsay (Ayr, Escócia, 1686 - Saint Germain em Laye, 1743): Ramsay, protestante convertido ao catolicismo, iniciou sua carreira maçônica entre os anos de 1725 e 1726, sendo iniciado em uma Loja francesa quando este retornava de Roma. Importante escritor e pesquisador de fIlosofia e política, tornou-se rapidamente membro da administração da Grande Loja de França, sendo seu Grande Chanceler. Sua carreira maçônica é freqüentemente associada ao seu famoso Discurso, pronunciado à Loja de Saint-Thomas, onde este exaltava a necessidade da criação de altos graus maçônicos para o aperfeiçoamento da fIlosofia da Maçonaria e ligava esta última aos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, ou os Cavaleiros Templários. (N. T.) Uma noite, nós discutimos esta abordagem com Philip Davies e na manhã seguinte nos dirigimos ao escritório de Chris com uma fotocópia dos dois Livros de Esdras que fazem parte apócrifa da Bíblia. Nós mantivemos Jacques a par de nossas pesquisas: O Professor Philip Davies veio junto a nós com uma tradução completa do Livro de Esdras. A parte que nos interessou não é muito extensa, mas muito curiosa! Acredita-se que no texto original não havia o termo a 'verdade' que fora adicionado posteriormente por autor judeu. O Rei havia pedido à sua guarda pessoal para dizer o que era a coisa mais forte e contou-lhes que aquele que fornecesse a resposta mais sábia tornar-se-ia um igual ao Rei e desfrutaria de grandes riquezas. O homem que disse 'a verdade é a mais forte' é feito nobre e então diz ao Rei: 'Lembrai de vosso juramento que fizestes um dia quando vós vos tornastes Rei, construir Jerusalém, e que enviaria de volta todos os vasos sagrados que foram tomados de Jerusalém que Ciro havia protegido quanto destruiu Babilônia e que prometera enviar para lá. Vós também jurastes construir o Templo que os Edomitas queimaram quando a Judéia caiu diante dos Caldeus’. Isto era importante para William St Clair, pois Rosslyn era a sua reconstrução do Templo, baseada no modelo do Templo de Herodes e na visão de Ezequiel da Nova Jerusalém. Como você disse, tudo isso não pode ser coincidência. Neste meio tempo, nós havíamos inquirido os nossos companheiros Maçons por qualquer informação sobre o ritual dos Cavaleiros da Passagem da Babilônia e descobrimos nossa primeira referência em uma publicação maçônica. Cruz Vermelha da Babilônia: O mais profundo e místico dos Graus Maçônicos Associados, este grau é similar aos graus 15º (Cavaleiro da Espada ou do Oriente), 16º (Príncipe de Jerusalém) e 17º (Cavaleiro do Oriente e do Ocidente) do Rito Escocês Antigo e Aceito. Os três pontos ou partes da cerimônia descendem de três dos graus praticados nos meados do século XVIII. Parte da cerimônia é semelhante à Passagem dos Véus dos ritos escoceses e do Campo de Balduíno... Para ser um membro dos Graus Maçônicos Associados você deve ter sido tanto um Maçom do Real Arco, como um Mestre Maçom da Marca. Agora que sabíamos que o grau existia sob os auspícios do Grande Capítulo nós rapidamente localizamos o ritual e este era uma fascinante leitura. O 'Campo de Balduíno', inicialmente pensamos, parecia ser uma referência ao acampamento dos Cavaleiros Templários no terreno arruinado do Templo de Herodes sob os auspícios do Rei Balduíno de Jerusalém, mas logo aprendemos que estava associado com um antigo grupo de Maçons de Bristol. O título completo do grau é Cavaleiro da Cruz Vermelha da Babilônia ou da Passagem da Babilônia. Ele consiste de três dramas ritualísticos, ou pontos, que narram três incidentes retirados dos capítulos 1-6 do Livro de Ezra, dos capítulos 2-7 do Livro de Esdras e dos capítulos 1-4 do Livro 11 d'As Antiguidades dos Judeus, de Josephus. Este grau narra detalhadamente os motivos e os propósitos da reconstrução do Templo de Jerusalém. O líder do grau, conhecido como Mui Excelente Chefe, marca o exato ponto na abertura do grau quando ele propõe a seguinte questão: Excelente Primeiro Vigilante, que horas são? Ele recebe a seguinte resposta: A hora da reconstrução do Templo. O ritual prossegue dizendo que Dario concordou em apoiar Zorobabel, o Príncipe de Judá, e emite um edito que permite a reconstrução do Templo e 'ainda mais, os vasos de ouro e prata que Nabucodonosor havia tomado serão restaurados e colocados em seus devidos lugares'. Neste ponto da cerimônia, Dario nomeia o candidato, que faz o papel de Zorobabel, um cavaleiro do Oriente, e lhe dá uma fita verde ornada com ouro o que significa a iniciação nos mistérios secretos. Antes de ser permitido a Zorobabel deixar a corte de Dario e retomar a sua tarefa de reconstrução do Templo, a ele, em companhia de dois outros, é colocado um enigma por parte Dario, cuja resposta correta o cobrirá de grande prestígio e honra: O grande Rei faz através de mim conhecido o seu contentamento e deste modo cada um de vós três dará a sua opinião em resposta a questão. O que é mais forte, o Vinho, o Rei ou as Mulheres? O ritual então nos conta as três respostas que foram dadas ao enigma de Dario. O primeiro jovem disse que o vinho era o mais forte porque ele podia alterar a mente e o humor de qualquer um que bebê-lo; o segundo jovem disse que o Rei era o mais forte, pois, mesmo os soldados eram obrigados a obedecer lhe. Na vez do candidato Zorobabel falar, o ritual coloca as seguintes palavras em sua boca: Ó, Senhores, é verdade que o vinho é forte, bem como os homens e o Rei; mas quem controla a todos? Certamente, as Mulheres. O Rei é o presente de uma mulher. As mulheres são as mães daqueles que trabalham nos vinhedos que produzem os vinhos. Sem as mulheres, os homens não podem existir. Um homem faz de fato coisas tolas pelo amor de uma mulher; dá a ela valiosos presentes e, algumas vezes, mesmo vende-se a si mesmo à escravidão por sua saúde. Um homem deixará o lar, o país e os títulos de nobreza pelo seu bem. Ó, Senhores, não são as mulheres fortes, haja visto o que elas podem fazer? Mas nem as Mulheres, o Rei ou o Vinho são comparável à poderosa força da Verdade. Como todas as outras coisas, eles são mortais e transitórias; mas somente a Verdade é imutável e eterna. Os benefícios que dela recebemos não variam com o tempo e com a fortuna. Em seu julgamento não há a injustiça; e ela é a sabedoria, a força, o poder e a majestade de todas as épocas. Abençoado seja o Deus da Verdade. Grande é a Verdade e poderosa é sobre todas as coisas! Em face de tal evidência, ninguém pode negar que William St Clair era conhecedor deste grau maçônico que, até o presente momento, acreditava-se inicialmente ter sido praticado após 1740. Ele é pelo menos trezentos anos mais antigo - e nós brevemente descobriríamos evidências que o dataria de mais longe ainda. O Segredo das Pedras Tendo descoberto irrefutáveis evidências que um alto grau da Maçonaria era conhecido por William St Clair, nós começamos a olhar mais atentamente do que antes os mínimos detalhes do intrincado interior e exterior esculpido de Rosslyn. Uma pequena, porém fantástica descoberta, era a gravação de dois homens, lado a lado. Apesar desta escultura exterior estar danificada pelas intempéries e possuir aproximadamente trinta centímetros de altura, nós pudemos observar muito bem, a maior parte de seus detalhes. Ela mostra um homem vendado com vestimentas medievais, ajoelhado e segurando com sua mão direita um livro com uma cruz na capa, seus pés colocados de modo a formar um esquadro. Em torno do pescoço do homem há um nó corrediço, sendo a ponta deste segurada por um segundo homem que estava vestindo um manto templário com a cruz distintiva mostrada em seu peito. Quando descobrimos esta pequena gravação, nós procuramos Edgar Harborne, uma autoridade da Grande Loja Unida da Inglaterra. Somados, tínhamos aproximadamente setenta anos de experiência maçônica e sabíamos exatamente o que estávamos olhando. Edgar estava empolgado e surpreso, assim como nós, pois não havia qualquer dúvida; esta era a imagem de um candidato à Maçonaria durante o processo de sua iniciação no ponto crítico de seu juramento de obrigação. A forma dos pés, o cordame, a venda, o volume da lei sagrada - esta imagem mostra um homem sendo admitido na Maçonaria cinco séculos e meio atrás! Ainda mais, esta pequena estátua era a primeira representação visual de um Templário conduzindo uma cerimônia que nós agora consideramos ser unicamente maçônica. O fato de ela apresentar um Templário conduzindo um candidato implica que a escultura estava demonstrando um evento histórico que datava do período templário, deste modo ela poderia estar mostrando-nos uma cerimônia maçônica de setecentos anos de idade. Dentro da edificação, nós analisamos cada uma das pequenas esculturas. Isto era difícil, devido, em algum ponto do passado recente, a alguma alma caridosa que cobrira completamente o interior com uma massa de areia e cal em uma mal sucedida tentativa de proteger o trabalho de cantaria, o que obscureceu os pequenos detalhes. No alto de dois meio pilares construídos na parede meridional, com uma altura de aproximadamente três metros, nós descobrimos pequenas representações que eram extremamente interessantes. Uma destas com apenas alguns centímetros de altura mostra um grupo de figuras com uma pessoa portando uma peça de tecido na qual havia no centro a face de um homem barbado e com cabelos longos. A figura que porta o tecido teve sua cabeça perdida e, uma vez que há poucos danos ao edifício, parece, como pensamos, que ela foi deliberadamente removida. Isto fez-nos olhar para outras cabeças e ficamos impressionados pela distintiva aparência de cada uma delas. As faces não são amenas ou anônimas, como normalmente se vêem em edifícios semelhantes; elas dão a impressão de que eram deliberadamente semelhantes a indivíduos conhecidos - quase como máscaras mortuárias em miniatura. Só nos restava especular: esta pequena estatueta representa alguém segurando o Sudário de Turim? Só existem duas explicações para tal imagem: é o Sudário de Turim que está sendo portado ou é aquilo que conhecemos por 'Verônica'. A lenda não-bíblica de Santa Verônica narra como uma mulher (freqüentemente associada à Maria Madalena) deu o seu manto (em algumas versões o seu véu) a Jesus para enxugar sua face quando ele estava deixando o Templo ou no caminho do Calvário portando sua cruz. Quando esta tomou o manto de volta, neste havia a imagem da face miraculosamente impressa no tecido. Estudiosos modernos acreditam que o nome 'Verônica' é derivado do latim vera e do grego eikon, significando 'a verdadeira imagem'. O nome e a idéia são um tanto suspeitos, uma vez que a Igreja Católica Romana não reconhece uma santa chamada Verônica. Apesar desta negação de beatificação, o 'manto original' pode ser encontrado na Basílica de São Pedro na Cidade do Vaticano. Isabel Piczek, uma artista que tem estudado o Sudário de Turim e que provou que este não poderia ser uma pintura, esteve em uma visita não oficial para ver a Verônica na Basílica de São Pedro. Ela descreveu esta experiência ao pesquisador do Sudário, Ian Wilson: Sobre ele estava um pedaço de tafetá colorido do tamanho de uma cabeça, do mesmo tipo do sudário, levemente acastanhado. Ele não parecia estar remendado, apenas uma mancha de cor ferrugem acastanhada. Parecia um pouco desigual, exceto por algumas descolorações trançadas... Mesmo com a melhor das imaginações, você não é capaz de deslumbrar qualquer rosto ou imagem dele, nem mesmo a mais leve sugestão disto. Estávamos cientes que esta antes inexpressiva relíquia 'sagrada', ou a idéia por trás dela, possa ser anterior ao advento do Sudário, mas não era certamente logo após as exibições públicas do Sudário de Turim em Lirey que a popularidade de uma imagem do rosto sagrado cresceu. Padre Thurston, um historiador cristão, categoricamente estabelece que a lenda da Verônica, como apresentada na atual Estações da Via Dolorosa, não pode ser datada de antes do final do século XIV. Tal datação significaria que a lenda surgiu após a primeira exibição pública do Sudário de Turim em 1357. A cabeça de Cristo tem sempre sido representado nos ícones tendo longos cabelos repartidos ao meio e com uma barba espessa e quando um pedaço de tecido surgiu com tal representação poderia ter difundido a idéia de uma 'Verônica'. A coluna seguinte em Rosslyn possui uma cena igualmente pequena que mostra uma pessoa sendo crucificada, mas estranhamente, uma vez mais a cabeça foi removida. Os únicos danos aparentemente deliberados que nós conhecemos na edificação são as das cabeças portando o rosto no tecido e da pessoa crucificada. É como se alguém sentisse a necessidade de ocultar a identidade por detrás destas imagens. As demais faces nas miniaturas gravadas são certamente muito distintas - ainda embora elas parecessem com pessoas reais. Nós imaginamos se a pessoa que encobriu o pilar de Jachin com gesso também removeu as cabeças dessas figuras chaves. Se estes eram uma simples Verônica e uma representação padrão de Jesus na cruz, não haveria necessidade de desfigurar os principais rostos. A figura crucificada não está pregada em uma idéia normal da cruz cristã, onde a parte superior continuava afim da trave horizontal, mas a uma cruz na forma de um Tau judaico que possuí a forma de um T. As representações cristãs medievais freqüentemente mostram uma segunda trave representando a placa que com zombaria, proclamava Jesus como sendo o Rei dos Judeus - mas nunca mostra uma cruz Tau. 'Tau' é a última letra do alfabeto hebraico e, como a letra grega 'Omega', representa o fim de algo, especialmente a vida. É também verdade que a maioria das crucificações romanas eram conduzidas em estruturas com este formato, mas nenhum construtor do século XV teria condições de saber isto. Parece que o criador desta pequena gravação ou era muito bem informado a respeito da metodologia das crucificações romanas ou estava deliberadamente utilizando-se da simbologia judaica para a morte. Quando da pesquisa para nosso livro anterior, nós havíamos trabalhado com a idéia de que a imagem do Sudário de Turim poderia ser a do último Grão-Mestre dos Templários e, se nossas suspeitas de que o Sudário de Turim é a imagem de Jacques de Molay estiver correta, nós poderíamos esperar que William St Clair estivesse atento a este fato, uma vez que sua família esteve intimamente envolvida com os Templários que haviam fugido para a Escócia após a queda da Ordem - mas por que ele está representado desta forma? Talvez o Sudário provaria ser muito mais importante do que havíamos pensado. O corpo governante da Maçonaria Inglesa e Gaulesa, a Grande Loja Unida da Inglaterra, é enfático sobre o fato de nada ser conhecido ao certo sobre a história da organização anterior à fundação da Grande Loja de Londres em 1717. Tem sido crítico para nós sugerir que há uma história a ser descoberta para aqueles que escolheram procurar, e aqui, em Rosslyn, nós possuíamos provas positivas de que os rituais maçônicos são pelo menos duzentos e setenta e cinco anos mais antigos do que a história oficial da Maçonaria, como definida pela Grande Loja Unida da Inglaterra. Nosso próximo estágio de pesquisa era olhar atentamente em como e por que a Maçonaria Inglesa perdeu contato com seu passado e estabelecer o que está sendo escondido, se for o caso, por detrás de uma cega recusa em conhecer qualquer história anterior a 1717. Conclusão Parece que os Cavaleiros Templários conheciam o que eles estavam procurando quando iniciaram sua escavação de nove anos e o seu voto de obediência fortemente sugere que outros estavam envolvidos por detrás disto tudo. Rosslyn é uma cópia deliberada das ruínas do Templo de Herodes com um projeto que é inspirado na visão de Ezequiel da nova 'Jerusalém Celeste'. As pistas para a compreensão da edificação estavam colocadas dentro do então secreto ritual do Grau do Santo Real Arco da Maçonaria. William St Clair utilizou este método para contar-nos que a edificação é 'o Templo de Jerusalém', 'uma chave para um tesouro' e 'um lugar onde algo precioso está oculto', ou 'a própria coisa preciosa'. A grande parede ocidental de Rosslyn pode ser conclusivamente encarada como uma reconstrução de parte do Templo de Herodes, e o nome 'Roslin' possui o surpreendente significado 'o antigo conhecimento passado ao longo de gerações', quando compreendido a partir do gaélico. A razão para este nome não está clara, mas Henri St Clair de Roslin era excepcionalmente íntimo de Hugues de Payen, o líder dos primeiros Templários. Uma gravação no exterior claramente mostra um candidato sendo iniciado na 'Maçonaria' por um homem usando um traje templário, e uma inscrição dentro da edificação demonstra que os construtores eram familiarizados com um dos altos graus da Maçonaria, trezentos anos antes da data anteriormente aceita de sua origem. Uma gravação dentro da edificação parece mostrar o Sudário de Turim sendo portado por alguém e uma outra que mostra a crucificação de uma pessoa sem cabeça em uma cruz Tau judaica. Talvez o Sudário de Turim esteja diretamente conectado à história que Rosslyn narra em pedra. *Christopher Knight nasceu em 1950 e em 1971 concluiu seus estudos formando-se em publicidade e desenho gráfico. Ele sempre demonstrou um forte interesse no comportamento social e no sistema de crenças tendo por muitos anos atuado como analista de consumo envolvido no planejamento de novos produtos e suas estratégias de vendas. Em 1976 tornou-se Maçom e atualmente é presidente de uma agência de publicidade e marketing. Dr. Robert Lomas nasceu em 1947 e graduou-se com honra em engenharia elétrica, iniciando-se após isso em pesquisas no campo de física dos estados sólidos. Mais tarde trabalhou no sistema de direcionamento para os mísseis Cruise e esteve envolvido no desenvolvimento de computadores pessoais mantendo sempre o seu interesse sobre história da ciência. Ele atualmente leciona no Centro de Administração da Universidade de Bradford. Em 1976 tornou-se Maçom e rapidamente tornou-se um conceituado palestrante sobre a história da Maçonaria nas Lojas da região de West Yorkshire. Seu primeiro livro foi o recordista de vendas A Chave de Hiram publicado em 1996 pela Century Books e publicado no Brasil em 2003 pela Editora Landmark. (consulte em nossa Biblioteca Secreta) 13:43 8/1/2007 |