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Qua, 15 de Outubro de 2008 10:16

BRASIL 500 ANOS

 

Irmão Xico Trolha

 

Na verdade, na verdade, este trabalho não tem razão de ser. Primeiro: não havia nenhum Maçom na tripulação de Cabral, como não havia nenhum Maçom entre aqueles que recepcionaram sua tripulação.

 

Levando ao pé da letra da história, nem na Europa havia Maçons, Maçons Simbólicos, Maçons Aceitos, Maçons Especulativos, apesar de alguns Irmãos, tempos depois, estabelecerem que o padre Inácio de Loyola era inimigo nº 1 dos Maçons.

 

O Padre Loyola, que nascera no final do século XV e morrera no começo do século XVI, só tinha alguns inimigos dentro da própria Igreja que, de início, não aceita sua doutrina rígida, como a de um exército de soldados que ele queria, disciplinado e seguindo as regras de São Bernardo, antes seguidas pelos Cavaleiros Templários que eram: Disciplina, Obediência, Castidade, Celibato e Voto de Pobreza.

 

Se eles foram os principais patrões dos Maçons Operários, por que cargas d’água eles odiariam tanto seus operários?

 

Somente um século depois começou a transição da Maçonaria Operativa em Maçonaria Simbólica. Ponto final. Não existia, em seu tempo, Maçonaria organizada.

 

Os exegetas dos Templários que colocam, 200 anos mais tarde, Loyola como chefe de um grupo remanescente Templário, viviam no mundo da Lua, pois os homens da Cia. de Jesus, o que eles queriam mesmo, era estender sua Ordem pelos confins da Terra, e fizeram isso com requintes de capacidade.

 

Quando, a 8 de março, Cabral e suas tripulações saíram da Torre de Belém e vieram dar nos acostados do Brasil, ainda levaria 3 séculos para a Maçonaria embarcar-se para o Brasil numa carona nos navios fugitivos de Napoleão Bonaparte.

 

É bem verdade que a Maçonaria já tinha se consolidado em solo europeu e, mesmo na América do Norte, mas para justificar sua alcunha de bodes, tinham medo de água, e não atravessaram o Oceano. Só no começo do século 19, quando os navios já estavam mais seguros é que alguns Maçons vieram para cá. Daí a descoberta do Brasil nada ter a ver com a mesma.

 

Os festejos dos 2000 anos tem mais a ver com a Maçonaria Universal, que o nossos singelos 500 anos.

 

Após o Século X é que a arte de construir (ainda não organizada) começou a criar vida própria. Até ali ela foi uma Arte Escrava; em seguida entrou para os Conventos, Batistérios, Monastérios construídos fechadamente pelos Monges Beneditinos. Só lá pela metade do século XIV (1356) é que a Maçonaria se organiza fora dos muros dos conventos.

 

Maçonicamente não temos o que festejar nesta data de 22 de abril.

 

O 17 de junho de 1972, quando era para se fazer a grande festa do Sesquicentenário do Grande Oriente do Brasil, o Grão-Mestre Geral Moacyr Arbex Dinamarco e o Grão-Mestre do Estado de São Paulo Danilo José Fernandes, resolveram acabar com a festa do Sesquicentenário da Maçonaria do Brasil, assim como aqueles bandidos valentões e sem educação resolvem acabar com o baile, eles assim o fizeram.

 

Talvez no Terceiro Milênio poderemos organizar uma festa maçônica com Maçons mais dedicados e menos briguentos, colocando uma tarja preta nos mausoléus do Dinamarco e do Danilo.

 

Homens que conseguiram deixar seus nomes na história, mas sem aquela lembrança carinhosa dos seus Irmãos em Maçonaria.

 

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