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Desde que o homem deixou as cavernas e as suas vivendas de nômade,
sedentarizando-se e formando uma sociedade estratificada, surgiram
os profissionais dedicados à arte da construção, os quais foram se
aperfeiçoando, não só na ereção de casas de residência, mas, também,
na de templos, de obras públicas e obras de arte. Embora tivessem,
esses profissionais, desde os seus primeiros tempos, mantido, entre
si, certa camaradagem e um sentimento de agregação, não havia, na
realidade, uma organização que os reunisse, que regulasse a sua
atividade e que lhes desse um maior sentido de responsabilidade
profissional.
Foi
no Império Romano do Ocidente, da Roma conquistadora, que, em função
da própria atividade bélica, surgiu, no século VI a.C., a primeira
associação organizada de construtores, os Collegia Fabrorum . Como a
conquista das vastas regiões da Europa, da Ásia e do norte da
África, levava à destruição , os collegiati acompanhavam as legiões
romanas, para reconstruir o que fosse sendo destruído pela guerra.
Dotada de forte caráter religioso, essa organização dava, ao
trabalho, o cunho sagrado de um culto às divindades. De início
politeísta, tornou-se, com a expansão do cristianismo, monoteista ,
entrando, porém, em decadência, após a queda do Império Romano do
Ocidente, ocorrida em 476 d.C., embora persistissem pequenos grupos
da associação no Império Romano do Oriente, cujo centro era
Constantinopla.
Na
Idade Média é que iria florescer, através do grande poder da época,
a Igreja, a hoje chamada Maçonaria Operativa, ou Maçonaria de
Ofício, para a preservação da Arte Real entre os mestres
construtores da Europa. Assim, a partir do século VI, as Associações
Monásticas, formadas, principalmente, por clérigos, dominavam o
segredo da arte de construir, que ficou restrita aos conventos, já
que, naquela época de barbárie, quando a Europa estava em ruínas,
graças às sucessivas invasões dos bárbaros, e quando as guerras, os
roubos e os saques eram freqüentes e até encarados como fatos
normais, os artistas e arquitetos encontraram refúgio seguro nos
conventos. Posteriormente, pela necessidade de expansão, os frades
construtores começaram a preparar e a adestrar leigos,
proporcionando, a partir do século X, a organização das Confrarias
Leigas, que, embora formadas por leigos, recebiam forte influência
do clero, do qual haviam aprendido a arte de construir e o cunho
religioso dado ao trabalho.É dessa época aquela que é considerada a
primeira reunião organizada de operários construtores: a Convenção
de York , ocorrida em 926 e convocada por Edwin , filho do rei
Athelstan , para reparar os prejuízos que as associações haviam tido
com as sucessivas guerras e invasões.
Nela foi apresentada, para apreciação e aprovação, um estatuto, que,
dali em diante, deveria servir como lei suprema da confraria e que
é, geralmente, chamado de Carta de York.
Quase na mesma época, surgiriam associações simplesmente religiosas,
que, a partir do século XII , formaram corpos profissionais: as
Guildas . A elas se deve o primeiro documento em que é mencionada a
palavra "Loja", para designar uma corporação e o seu local de
trabalho. As Guildas e sua contemporânea, a organização dos Ofícios
Francos, foram as principais precursoras da moderna Maçonaria. O seu
nome "Gild", deorigem teutônica, deriva do título dado, na antiga
região da Escandinávia, a um ágape religioso, durante o qual, numa
cerimônia especial, eram despejados três copos de chifre (chavelhos)
, conforme o uso da época, cheios de cerveja, sendo um em homenagem
aos deuses, outro, pelos antigos heróis, e o último em homenagem aos
parentes e em memória dos amigos mortos; ao final da cerimônia,
todos os participantes juravam defender uns aos outros, como irmãos,
socorrendo-se mutuamente nos momentos difíceis. As Guildas
caracterizavam-se por três finalidades principais: auxílio mútuo,
reuniões em banquetes e atuação por reformas políticas e sociais.
Introduzidas na Inglaterra, por reis saxões, elas foram modificadas
por influência do cristianismo, mas, mesmo assim, não eram bem
aceitas pela Igreja, que não via com bons olhos a prática do
banquete, por suas origens pagãs, e a pretensão de reformas
políticas e sociais, que pudessem, eventualmente, contribuir para
diminuir os seus privilégios e os privilégios das corporações sob a
sua proteção. Assim, para evitar a hostilidade da Igreja, cada
guilda era organizada sob a égide de um monarca, ou sob o nome de um
santo protetor.
No
século XII, associada às guildas, surgia uma organização de
operários alemães, os Steinmetzen, ou seja, canteiros, que, sob a
direção de Erwin de Steinbach, alcançariam notoriedade, quando este
conseguiu a aprovação de seus planos para a construção da catedral
de Estrasburgo e deu um aperfeiçoado sentido de organização aos seus
obreiros. Canteiro é o operário que trabalha em cantaria, que
esquadreja e trabalha na escultura da pedra bruta; cantaria (palavra
derivada de canto) designa a pedra lavrada para as construções.
Surgem os ofícios francos, ou franco-maçonaria No século XII,
também, iria florescer a associação considerada a mais importante
desse período operativo: os Ofícios Francos (ou Franco-Maçonaria),
formados por artesãos privilegiados, com liberdade de locomoção e
isentos das obrigações e impostos reais, feudais e eclesiásticos.
Tratava-se, portanto, de uma organização de construtores
categorizados, diferentes dos operários servos, que ficavam presos a
uma mesma região, a um mesmo feudo, à disposição de seus amos. Na
Idade Média, a palavra franco designava não só o que era livre, em
oposição ao que era servil, mas, também, todos os indivíduos e todos
os bens que escapavam às servidões e aos direitos senhoriais; esses
artesãos privilegiados eram, então, os pedreiros-livres,
franc-maçons, para os franceses, ou free-masons, para os ingleses.
Tais obreiros, evidentemente, tinham esses privilégios concedidos
pela Igreja, que era o maior poder político da época, com grande
ascendência sobre os governantes.
A
palavra francesa "maçon", correspondente a pedreiro, converteu-se em
"maison" (casa) e, também, embora só relativamente, em "masse"
(maça, clava). Essa maça, ou clava, habilitava o porteiro a afastar
os indesejáveis intrusos e curiosos. O pesquisador alemão Lessing,
um dos clássicos da literatura alemã, atribui a palavra inglesa "masonry"
(maçonaria) a uma transmissão incorreta. Originalmente, a idéia
teria sido dada pelo velho termo inglês "mase" (missa, reunião à
mesa). Uma tal sociedade de mesa, ou reunião de comensais, de acordo
com a alegoria da Távola Redonda, do rei Arthur, poderia, segundo
Lessing, ainda ser encontrada em Londres, no século XVII. Ela se
reunia nas proximidades da famosa catedral de São Paulo e, quando
sir Christopher Wren, o construtor da catedral, tornou-se membro
desse círculo, julgou-se que se tratava de uma cabana dos
construtores, que estabelecia uma ligação de mestres construtores e
obreiros; daí, então, ou seja, dessa suposição errada, é que teria
se originado o termo "masonry", para designar a sociedade dos
construtores.
Uma
explicação para o termo inglês "freemason" (pedreiro livre) está
ligada ao termo "freestone", que é a pedra de cantaria, ou seja, a
pedra própria para ser esquadrejada, para que nela sejam feitos
cantos, que a transformem numa pedra cúbica, a ser usada nas
construções. As expressões "freestone mason" e "freestone masonry",
daí surgidas, acabaram sendo simplificadas para "freemason" (o
obreiro) e "freemasonry" (a atividade). Esta é uma hipótese mais
plausível do que a de Lessing, que só considerou o caso particular
da Inglaterra, quando se sabe que não foi só aí que existiu uma
íntima ligação com o trabalho dos artífices da construção.
Nessa fase primitiva, porém, antes de, propriamente, se ter iniciado
a formação de Lojas, quase que não se pode falar em Maçonaria no
sentido que ela adquiriu na fase moderna, pois, sobretudo, naquele
tempo não podia ser considerada como uma sociedade secreta. O
segredo não era, a princípio, mais do que o processo pelo qual um
dos membros da irmandade reconhecia o outro. Diga-se a bem da
verdade, que, na época atual, a Maçonaria já não pode mais ser
considerada secreta, mas apenas discreta.
Os
segredos mais guardados e que persistem são, obviamente, apenas os
meios de reconhecimento, reservados só aos iniciados, já que, de
posse deles, um não iniciado poderia ter acesso aos templos
maçônicos e às sessões das Lojas.
É
criado o importante estilo gótico Na metade do século XII, surgia o
estilo arquitetônico gótico, ou germânico, primeiro no norte da
França, espalhando-se, depois, pela Inglaterra, Alemanha e outras
regiões do norte da Europa e tendo o seu apogeu na Alemanha, durante
300 anos. Tão importante foi o estilo gótico para as confrarias de
construtores, que as suas regras básicas eram ensinadas nas oficinas
dos canteiros, ou talhadores de pedra; tão importante que a sua
decadência, no século XVI, decretou o declínio das corporações.
No
século XIII, em 1220, era fundada, na Inglaterra, durante o reinado
de Henrique III, uma corporação dos pedreiros de Londres, que tomou
o título de The Hole Craft and Fellowship of Masons (Santa Arte e
Associação dos Pedreiros) e que, segundo alguns autores, seria o
germe da moderna Maçonaria. Pouco depois, em 1275, ocorria a
Convenção de Estrasburgo, convocada pelo mestre dos canteiros e da
catedral de Estrasburgo, Erwin de Steinbach, para terminar as obras
do templo. A construção da catedral, iniciada em 1015, estava
praticamente terminada, quando foi resolvido ampliar o projeto
original e, para isso, foi chamado Erwin , nessa convenção acorreram
os mais famosos arquitetos da Inglaterra, da Alemanha e da Itália,
que criaram uma Loja, para as assembléias e discussão sobre o
andamento dos trabalhos, elegendo Erwin como Mestre de Cátedra (Meister
von sthul).
Esclareça-se que, na época, os obreiros criavam uma Loja,
fundamentalmente, para tratar de determinada construção, como é o
caso dessa catedral. Tais Lojas serviam para tratar dos assuntos
ligados apenas à construção prevista, já que, para outras reuniões,
inclusive com obreiros de outras corporações, eram utilizados os
recintos de tabernas e hospedarias, principalmente em solo inglês. A
palavra Loja, por sinal, foi mencionada pela primeira vez em 1292,
em documento de uma guilda . Loja, do germânico leubja (pronúncia:
lóibja), através do francês lodge, designava o lar, a casa, o
abrigo, o pátio, o alpendre e, também, a entrada de edifício, ou
galeria usada para exposições artísticas e venda de produtos
artesanais. As guildas de mercadores assim designavam seus locais de
depósito e venda de produtos manufaturados, enquanto que as guildas
artesanais adotaram o termo para designar o seu local de trabalho,
ou seja, as oficinas dos artífices.
Próximo desse tempo, ou seja, no século XIV, começava, também, a
atuação do Compagnonnage (Companheirismo), criado pelos cavaleiros
templários. Os membros dessa organização construíram, no Oriente
Médio, formidáveis cidadelas, adquirindo certo número de métodos de
trabalho herdados da Antigüidade e constituindo, durante as
Cruzadas, verdadeiras oficinas itinerantes, para a construção de
obras de defesa militar, pontes e santuários. Retornando à Europa,
eles tiveram a oportunidade de exercer o seu ofício, construindo
catedrais, igrejas, obras públicas e monumentos civis. A Ordem da
Milícia do Templo, ou Ordem dos Templários, foi uma ordem religiosa
e militar, criada em 1118, com estatutos feitos pelo abade de
Clairvaux (São Bernardo). Adquirindo prestígio e riqueza, a ordem
excitaria a cobiça do rei francês Filipe IV, cognominado "o Belo",
que, com a conivência do papa Clemente V, conseguiu a sua extinção,
em 1312, seguida da execução, na fogueira, de seu Grão-Mestre,
Jacques de Molay, em 1314. Antes da extinção, necessitando, em suas
distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos, os
templários organizaram o Compagnonnage, dando-lhe um estatuto
chamado Santo Dever, de acordo com sua própria filosofia.
No
século XVI, a decadência das corporações de ofício já na primeira
metade do século XVI, as corporações, diante das perseguições que
sofriam --- principalmente por parte do clero --- e diante da
evolução social européia, começavam a entrar em declínio. Em 1535,
realizava-se, em Colônia, uma convenção, que fora convocada para
refutar as calúnias dirigidas pelo clero contra os franco-maçons.
Embora ela não tenha tido o brilho e a freqüência de outras
convenções, consta, embora tal afirmativa seja contestada, por
carecer de comprovação, que, na ocasião, teria sido redigido um
manifesto, onde era estabelecido o princípio de altos graus, que
seriam introduzidos por razões políticas.
Em
1539, o rei da França, Francisco I, revogava os privilégios
concedidos aos franco-maçons, abolindo as guildas e demais
fraternidades e regulamentando as corporações de artesãos. Em
contrapartida, em 1548, era concedido, aos operários construtores,
de maneira geral, o livre exercício de sua profissão, em toda a
Inglaterra; um ano depois, todavia, por exigência de Londres, era
cassada a autorização concedida, o que fazia com que os
franco-maçons ficassem na condição de operários ordinários, como
tais sendo tratados legalmente. Em 1558, ao assumir o trono da
Inglaterra, a rainha Isabel renovava uma ordenação de 1425, que
proibia qualquer assembléia ilegal, sob pena dela ser considerada
uma rebelião. Três anos depois, em dezembro de 1561, tendo, os
franco-maçons ingleses, anunciado a realização de uma convenção em
York, durante a festividade de São João Evangelista, Isabel ordenou
a dissolução da assembléia, decretando a prisão de todos os
presentes a ela; a ordem só não foi confirmada, porque lord Thomas
Sackville, adepto da arte da construção, estando presente, demoveu a
rainha de seu intento, fazendo com que, em 1562, ela revogasse a
ordenação de 1425.
Em
1563, a Convenção de Basiléia, feita por iniciativa da confraria de
Estrasburgo, organizava um código para os franco-maçons alemães, o
qual serviria de regra à corporação dos canteiros, até que surgissem
os primeiros sindicatos de operários, no século XIX. Mas era patente
o declínio das confrarias, no século XVI. A Renascença relegara o
estilo gótico e a estrutura ogival das abóbadas --- próprias da arte
dos franco-maçons medievais --- ao abandono, revivendo as
características da arte greco-romana. Assim, embora ela tivesse
atingido a todos os campos do conhecimento e a todas as corporações
profissionais, foi a dos franco-maçons a mais afetada. No final do
século, Ínigo Jones introduzia, na Inglaterra, o estilo
renascentista, sepultando o estilo gótico e apressando a decadência
das corporações de franco-maçons ingleses. Estas, perdendo o seu
objetivo inicial e transformando-se em sociedade de auxílio mútuo,
resolveram, então, permitir a entrada de homens não ligados à arte
de construir, não profissionais, que eram, então, chamados de maçons
aceitos.
Iniciava-se a transformação na Maçonaria atual as corporações,
evidentemente, começaram por admitir pessoas em pequeno número e
selecionadas entre os homens conhecidos pelos seus dotes culturais,
pelo seu talento e pela sua condição aristocrática, que poderiam dar
projeção a elas, submetendo-se, todavia, aos seus regulamentos. Era
a tentativa de sustar o declínio.
O
primeiro caso conhecido de aceitação é o de John Boswell, lord de
Aushinleck --- ou, segundo J.G. Findel, sir Thomas Rosswell, esquire
de Aushinleck --- que, a 8 de junho de 1600 foi recebido como maçom
aceito --- não profissional --- na Saint Mary’s Chapell Lodge (Loja
da Capela de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia. Esta Loja fora
criada em 1228, para a construção da Capela de Santa Maria,
destinando-se, como já foi visto, às assembléias dos obreiros e
discussões sobre o andamento das obras.
Depois disso, o processo de aceitação, iniciado na Escócia, iria se
espalhar e se acelerar, fazendo com que, ao final do século, o
número de aceitos já ultrapassasse, largamente, o de franco-maçons
operativos. Os mais famosos nomes de "aceitos", na primeira metade
do século XVII, foram: William Wilson, aceito em 1622; Robert
Murray, tenente-general do exército escocês, recebido, em 1641, na
Loja da Capela de Santa Maria e tornando-se, posteriormente, Mestre
Geral de todas as Lojas do Exército; o coronel Henry Mainwairing,
recebido, em 1646, numa Loja de Warrington, no Lancashire; e o
antiquário e alquimista Elias Ashmole, recebido na mesma Loja e no
mesmo dia (16 de outubro) que o coronel Henry.
Em
1666, os franco-maçons iriam recuperar parte do antigo prestígio,
diante do grande incêndio, que, a 2 de setembro daquele ano,
aconteceu em Londres, destruindo cerca de quarenta mil casas e
oitenta e seis igrejas. Nessa ocasião, os maçons acorreram para
participar do esforço de reconstrução, sob a direção do renomado
mestre arquiteto Cristopher Wren, que, em 1688, viu aprovado o seu
plano para reconstrução da cidade, sendo nomeado arquiteto do rei e
da cidade de Londres. A obra principal de Wren foi a reconstrução da
igreja de S. Paulo, em cujo adro se desenvolveria e se
estabeleceria, em 1691, uma Loja de fundamental importância para a
História da Maçonaria moderna: a Loja São Paulo (em alusão à
igreja), ou Loja da taberna "O Ganso e a Grelha", em alusão ao local
em que, como faziam outras Lojas, realizava suas reuniões de caráter
informal e administrativo, como se verá adiante. A reconstrução de
Londres só iria terminar em 1710.
E
nascia a primeira Grande Loja
Como, na época, não existiam templos maçônicos --- o primeiro só
seria inaugurado em 1776 --- os maçons reuniam-se em tabernas, ou
nos adros das igrejas. As tabernas, cervejarias e hospedarias desse
tempo, principalmente na Inglaterra, tinham uma função social muito
grande, como local de reunião e de troca de idéias de intelectuais,
artífices, obreiros do mesmo ofício, etc. . A Loja da Cervejaria "The
Goose and Gridiron" (O Ganso e a Grelha), ou Loja São Paulo,
inicialmente formada só pelos maçons de ofício que participaram da
reconstrução de Londres, resolvia, em 1703, diante do número cada
vez maior de maçons aceitos, em todas as Lojas, admitir, a partir
dali, homens de todas as classes, sem qualquer restrição,
promovendo, então, uma reforma estrutural, que iria dar o arcabouço
da moderna Maçonaria. A admissão, em 1709, do reverendo Jean
Théophile Désaguliers , nessa Loja, em cerimônia realizada no adro
da igreja de São Paulo, iria apressar o processo de transformação,
já que Désagulliers iria se tornar seu lider e paladino.
A 7
de fevereiro de 1717, Désagulliers conseguia reunir quatro Lojas
metropolitanas, para traçar planos referentes à alteração da
estrutura maçônica. Nessa ocasião, foi convocada uma reunião geral
dessas quatro Lojas existentes em Londres, para o dia 24 de junho
daquele ano. Essa reunião foi realizada na taberna "The Apple Tree"
(A Macieira), e as Lojas presentes foram, além da "O Ganso e a
Grelha": a da Cervejaria "The Crown" (A Coroa), a da Taberna "Rummer
and Grappes" (O Copázio e as Uvas) e a da Taberna "The Apple Tree"
(A Macieira).
E,
no dia 24 de junho de 1717, como fora marcado, as quatro Lojas
reuniam-se e criavam The Premier Grand Lodge (a Primeira Grande
Loja), em Londres, implantando o sistema obediencial, com Lojas
subordinadas a um poder central, sob a direção de um Grão-Mestre, já
que, antes disso, as Lojas eram livres de qualquer subordinação
externa, concretizando a idéia do "maçom livre na Loja livre". Isso
era, portanto, um fato novo e uma grande alteração --- uma
verdadeira revolução --- na estrutura maçônica tradicional, o que
faz com que esse acontecimento seja tomado como o divisor de águas,
o marco histórico entre a antiga e a moderna Maçonaria, ou seja,
entre a operativa, ou de ofício, e a dos aceitos, ou especulativa,
sua forma moderna.
A Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas
as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades
morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma
Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança com amor à
Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e
Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade
LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princípios da Ordem,
da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz
Universal.
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