A Franco-Maçonaria de ofício nunca fora exclusivamente
operativa. Às finalidades profissionais somaram-se interesses
especulativos. O principal, de ordem religiosa. A primeira
solidariedade entre os oficiais de mesma atividade fora uma
solidariedade de culto. A sede da confraria era uma igreja ou uma
capela. Cada ofício tinha seu deus ou seu santo padroeiro.
Os Franco-Maçons dirigiram seu culto tradicional a São João. A
característica fundamental da Franco-Maçonaria é a de ser uma
sociedade iniciática. Está ligada a organizações antigas, que
deixaram lembranças duradouras, mas poucos vestígios escritos.
Moreau, na obra Lunivers Maçonnique, de 1837, pesquisando diversos
historiadores, destaca que são inúmeras as lendas adotadas para
veicular a Sabedoria da Tradição. A maioria das lendas de ofício é
de origem bíblica. O Manuscrito Cooke, do século XV ressalta
personagens do Antigo Testamento, como Jabal, Jubal e Tubalcaim. O
Livro das Constituições e as cartas nele inseridas são ricos em
lendas. Alguns desses documentos conservaram grande importância na
Maçonaria especulativa. Assim se conhece o mais antigo texto
maçônico - o Manuscrito Regius - poema do princípio do século XIV.
A MAÇONARIA OPERATIVA
A Franco-Maçonaria apresenta-se como continuação e transformação da
organização de ofício da Idade Média e da Renascença. Para
dissecarmos sua história temos que remontar à mais alta antiguidade,
o que talvez justifique certas lendas. Encontra-se o rastro de
agrupamentos profissionais, sobretudo de construtores, entre os
egípcios, os gregos, os romanos. Entre os últimos foram criados pelo
rei Numa, por volta de 715 a .C. os Collegia de artesãos,
constituídos por carpinteiros e construtores de casas. Não se
limitavam os agrupamentos a simples organizações profissionais.
Entre os antigos, todos os atos da vida se confundiam com a
religião.
O trabalho era uma atividade sagrada. Era para todos a imagem da
criação pela divindade. Os Collegia tinham, portanto, como
finalidade essencial a celebração de um culto. Cada Collegia possuía
uma casa comum, onde os artesãos se encontravam em certos dias,
unidos por um sentimento de piedosa solidariedade. Ali faziam
refeições. O Collegia possuía seus deuses tutelares. Daí o emprego
de gestos, sinais e toques ritualísticos, que tinham um alcance
sagrado. Eram também sinais de reconhecimento, destinados a garantir
os segredos do ofício. Uma inscrição do Colégio de Velábrio,
anterior ao cristianismo, informa o tratamento de "irmãos" entre os
Collegiati.
ASSOCIAÇÕES MONÁSTICAS, CONFRARIAS E GUILDAS
Por volta dos séculos VI e VII formaram-se novas modalidades de
agrupamentos de construtores; as "associações monásticas", que
edificaram igrejas e conventos. Seus arquitetos mais notáveis foram
clérigos, detentores das tradições e segredos dos Collegia. Fora dos
conventos surgiu nos séculos XI e XII um novo gênero de associação:
as "confrarias leigas". Eram reproduções alteradas das comunidades
de ofício. Se constituíram essencialmente de entidades com
finalidades jurídicas para responderem a uma situação social. Houve
pouca vinculação com a arte das construções.
Outra forma jurídica de associação, que permitiu aos trabalhadores
manuais a constituição de agrupamentos autônomos foi, nessa época ,
a "guilda"; característica dos países germânicos e anglosaxões.
Confrarias ou guildas, associações a princípio religiosas,
posteriormente de proteção e assistência mútua, ampliaram
gradualmente o círculo de suas atribuições e elevaram-se à categoria
de verdadeiros corpos profissionais. São os "ofícios regulamentados"
pela autoridade municipal ou senhorial. Mais tarde o poder real,
notadamente da França, apoiou-os para tentar agrupar o conjunto dos
ofícios em "comunidades juramentadas".
A FRANCO-MAÇONARIA
Os ofícios que se organizaram a partir desse período ficaram
ligados a um feudo ou a uma cidade. Mais tarde se libertaram.
Permaneceram, contudo, subordinados ao poder Real. Esse lhes impunha
restrições ao exercício da profissão e cobrava pesadas servidões,
como a compra do ofício, impostos e a proibição de se mudarem. Mas,
alguns artesãos escaparam de todas as obrigações e sujeições locais
ou reais, além do benefício da liberdade de circular. Esses
privilégios ficaram sob a tutela da Igreja, único poder capaz de
conceder tais franquias.
Assim, puderam se desenvolver confrarias de artesãos em
circunstâncias menos servis. Constituíram os "ofícios-francos". Na
Idade Média a palavra "franco" simbolizou não só o que era livre, em
oposição ao que era servil, como indicou todo o indivíduo ou todo
bem que escapava as servidões e direitos senhoriais. O ofício-franco
parece haver-se originado na área de influência das ordens
eclesiásticas na época em que as confrarias religiosas se
transformaram em confrarias legais. Tornaram-se autônomas em relação
ao convento, sem deixar de gozar os privilégios da Igreja.
A RENASCENÇA
O surgimento de uma nova era começara a se esboçar pela restauração
da instrução e da cultura clássicas no século XV. Uma época de
intensa atividade criativa. Esse período ficou conhecido como a
Renascença. Brotou um novo e vital espírito de liberdade, associado
a um gradual sepultamento de preconceitos. Uma reação geral contra o
espírito da Idade Média, mudança de mentalidade e de comportamento
que resultou na chamada Reforma. A Renascença se originou do anseio
de emancipação das algemas do passado, representadas pelo ascetismo
medieval, pelo patriarcado sacerdotal medieval e pelo dogma da
época. Um dos fatores que colaboraram para esse notável renascimento
da instrução foi o desmantelamento do Império Oriental pelos
maometanos, a tomada de Constantinopla e a conquista da Grécia,
forçando a refugiarem-se na Itália todos os que possuíam meios
próprios. Foi uma contribuição decisiva para a implantação das bases
culturais mais marcantes da Renascença, que se apoiaram na
instrução, na arquitetura e na arte clássica. A invenção da imprensa
também contribuiu para a difusão mais ampla da instrução na Europa.
O REAPARECIMENTO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA
Depois da Reforma na Inglaterra, a arquitetura eclesiástica
praticamente cessou como atividade das guildas e as Lojas caíram em
decadência. Mas, se a Reforma prejudicou a Maçonaria por esse
aspecto, por outro assegurou na Europa a ressurreição de alguma
publicidade das artes especulativas. Entre o período em que a
Maçonaria operativa esteve no apogeu e o renascimento das artes
especulativas, no começo do século XVIII, houve uma fase obscura.
Muitas Lojas operativas perderam boa parte dos traços ritualísticos,
bem como esqueceram tanto os segredos tradicionais da arquitetura
como os antigos significados do seu simbolismo arquitetônico. É a
esse período decadente e ao tradicional compromisso de não gravar
segredos, que pode ser atribuída a escassez de registros referentes
aos conhecimentos e costumes entre tantas antigas Lojas operativas.
PRIMEIRAS ATAS
Durante o período posterior à Reforma, pela primeira vez, se
encontraram atas reais das reuniões de Lojas. Como era previsível,
silenciam sobre as questões do ritual, dos segredos e do simbolismo.
Fazem indicações que parecem referir a uma tradição oculta. É também
nesse período que se encontram na literatura contemporânea as
primeiras referências aos segredos da Franco- Maçonaria.
ATAS ESCOCESAS
Nos arquivos da loja de Edimburgo, Capela de Maria, ata nº 1 da
Grande Loja da Escócia, se constatou a mais antiga ata de Loja,
atualmente existente. Data de 1598. Sabemos que, em épocas remotas,
foi costume nas Lojas operativas "aceitarem" irmãos não operativos.
O primeiro registro autêntico desse fato consta dos mesmos arquivos
e se refere à admissão de John Boswel em 1600. A memória literária
da Maçonaria revela primitivas referências em "Manifestos Rosacruzes",
documentos que são responsáveis por registros históricos datados de
1638. A Palavra do Maçom é o único segredo aludido nas primeiras
Atas da Loja da Escócia. Não há certeza quanto ao significado da
expressão. Parece se referir a "um sinal secreto que os maçons usam
em todo o mundo para se conhecerem mutuamente", segundo a
interpretação do Rev. George Hickes, em 1678. Parece que a Ordem
esquecera suas tradições na Escócia, pois só em um grau eram
comunicados os segredos, nessa época. Aos Aprendizes se revelava a
"Palavra do Maçom", sob um "Grande Juramento".
Não há qualquer indicação quanto ao processo ritualístico. Para ser
obtido o Grau de Mestre bastava ter idade e habilitação. A cerimônia
se processava em presença dos Aprendizes.
ATAS INGLESAS
Na Loja da Aceitação, adida à Companhia dos Maçons de Londres, os
arquivos remontam de 1356. Nesses arquivos há referência sobre um
"Livro de Constituição", datado de 1665, em que constam notas de uma
Obrigação , usada provavelmente na Loja de Chester.
Data de 1686 um grande rolo de pergaminhos, contendo a "História e
Regulamentação do Ofício da Maçonaria". A "Antiga Loja Cidade de
York" não tem nenhuma prova documentária que evidencie sua história
primitiva, embora nos Fabrick Rolls do Mosteiro de York, de 1352, se
mencione uma Logium Fabricae. Desde 1705, talvez antes, a Loja York
tenha sido o único centro da Maçonaria especulativa. As atas mais
antigas se encontram em um rolo de pergaminhos datados de 1712-1730.
Descrevem a maioria das reuniões como Primitivas e dizem que eram
admitidos candidatos. Os novos membros eram "Juramentados e
Admitidos", sendo essa a única informação sobre qualquer trabalho
ritualístico. Apesar da existência da Grande Loja da Inglaterra
desde 1717 e da Grande Loja da Irlanda, há poucos meses, a Loja de
York se proclamou "a Grande Loja de Toda a Inglaterra", em 1725.
Nos últimos anos do século XVIII, no entanto, foi ela absorvida
pelas suas congêneres. Documentos do período 1709-1710 indicam a
existência de sinais e toques entre francomaçons. Nas atas da Antiga
Loja de York e da Loja Capela de Maria de Edimburg aparecem provas
do exame de irmãos antes de serem admitidos na Loja e confirmam a
identidade dos segredos entre as Lojas escocesas e inglesas. A mesma
transição gradual de filiação operativa para não operativa ocorreu
entre as Lojas inglesas e escocesas.
ATAS IRLANDESAS
As pesquisas encontram escasso material informativo na Maçonaria
Irlandesa, pois entre seus integrantes era ponto de honra, no século
XVIII, destruir todos os documentos; registros de Loja, Cartas
Constitutivas, certificados, livros de atas, antes que pudessem cair
em mãos estranhas. Esse período de transição constituiu o elo entre
a Maçonaria preponderantemente operativa, como era praticada nas
Lojas medievais, e o alvorecer da Maçonaria especulativa, como a
conhecemos hoje.
A GRANDE LOJA DA INGLATERRA
O único registro existente da fundação da Primeira Grande Loja do
mundo se encontra na constituição do Dr. Anderson, publicada em
1738. Antes do ano de 1723 não se encontra ata alguma da Grande
Loja. O relato reproduzido a seguir mostra parte de importante
acontecimento histórico da Maçonaria Operativa: "Depois de terminada
a rebelião de 1716 d.C., as poucas Lojas de Londres julgaram
oportuno consolidarem-se sob a direção de um Grão Mestre, como
centro de únião e harmonia. As Lojas que se reuniram foram: 1) a
Adega Goose e Gridiron do cemitério da Igreja de São Paulo; 2) a
taverna Macieira da rua Charles; 3) a adega da Coroa de Parker's
Lane; 4) a Taverna Rummer e Grapes de Westminster. Os irmãos se
reuniram na Loja Taverna Macieira e, havendo colocados na
presidência o mestre maçom mais idoso, se constituiram numa Grande
Loja "Pró Tempore", na devida forma...". A Grande Loja foi formada
no dia de São João Batista, no ano de 1717, com Anthony Sayer como
seu primeiro Grão-Mestre. As três últimas Lojas foram constituídas
de maçons operativos, enquanto a primeira foi composta por maçons
especulativos, entre eles o pastor escocês James Anderson, Capelão
da Loja de São Paulo. No dia 24 de junho de 1718, George Payne, que
sucedeu Sayer, ordenou que se coligassem todos os escritos e cartas
que interessassem à Maçonaria. Substituído no ano seguinte por Jean
Théophile Désaguliers, Payne reassumiu o cargo de Grão-Mestre em
1720 e determinou a adoção de um primeiro regulamento. O mesmo foi
publicado em 1721, ano em que o Duque de Montaigu foi eleito
Grão-Mestre. A redação das Constituições foi confiada ao pastor
Anderson. Esse livro das Constituições, que continha, ao mesmo
tempo, a história lendária da Fraternidade e as Obrigações dos
Francomaçons, foi publicado em 1723. Em 1738 foi reeditado em
alterações.
O GRANDE ORIENTE DA FRANÇA E O RITO MODERNO
A Maçonaria francesa passaria, porém, por grandes vicissitudes. A
federação denominada Grande Loja da França, oficialmente existente a
partir de 1755, para reunir as Lojas esparsas, não chegara a uma boa
gestão, o que fez com que, em 1771, ocorressem reuniões destinadas a
preparar uma nova organização, culminando, a 24 de dezembro daquele
ano, com a assembléia das Lojas, que, depois de declarar extinta a
antiga Grande Loja, anunciava que ela era substituída por uma Grande
Loja Nacional, que seria denominada, dali em diante, Grande Oriente
da França.
A 17 de junho de 1773, a Grande Loja da Inglaterra protesta,
declarando o Grande Oriente cismático, degradando o título de maçom
de todos os componentes deste. Sem se preocupar com esses ataques, o
Grande Oriente persiste, sendo solenemente instalado a 24 de junho
de 1773. E foi tão grande o desenvolvimento do Grande Oriente que,
das 547 Lojas francesas existentes em 1778, 300 estavam sob a sua
jurisdição e ele mantinha correspondência com 1.200 Lojas
estrangeiras. Nessa altura já existia o Rito Francês, ou Moderno,
que havia sido criado em 1761, constituído a 24 de dezembro de 1772
e proclamado pelo Grande Oriente, a 9 de março de 1773, chegando, já
na época da Revolução Francesa, à maior importância, dentro do
Grande Oriente da França.
E desde essa época, começava a rivalidade entre o Grande Oriente e
a Grande Loja inglesa, que exigia ser reconhecida como Grande Loja
Mãe, embora isso não fosse mais do que uma satisfação moral, não
criando laço de subordinação. O Grande Oriente desejava tratar de
igual para igual, sob todos os pontos de vista e solicitava que as
Lojas anteriormente fundadas, sob patente inglesa, lhe fossem
repassadas, com o que Londres não concordava. Embora a Grande Loja
inglesa reconhecesse o Past-Master e o Royal Arch, como
"complementos do mestrado", consideravam irregulares os Altos Graus
escoceses, que haviam, anarquicamente, proliferado na França,
causando desordem. E o Rito Moderno nasceu, exatamente, do desejo do
Grande Oriente de remediar a situação, perseguindo uma política de
unidade, aceitando os diferentes ritos, à qual Londres fez oposição.
O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos
demais, em matéria doutrinária e filosófica, baseada, entretanto, na
primitiva Constituição de Anderson, com tinturas deístas, mas
largamente tolerante, no que concerne à religião, como se pode ver
na primeira de suas Antigas Leis Fundamentais (Old Charges): "O
maçom está obrigado, por vocação, a praticar a moral; e, se bem
compreender os seus deveres, jamais se converterá num estúpido ateu
nem em irreligioso libertino. Apesar de, nos tempos antigos, os
maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos
países que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não lhes impor
outra religião senão aquela que todos os homens aceitam e dar-lhes
completa liberdade com referência às suas opiniões particulares.
Essa religião consiste em serem homens bons e leais, ou seja,
honrados e justos, seja qual for a diferença de nome ou de
convicções". A Revolução Francesa da qual a Maçonaria, nas palavras
de Henri Martin, foi o laboratório não interrompeu totalmente os
trabalhos do Grande Oriente. A Loja "La Bonne Amitié", de Marmande,
recebeu sua constituição a 20 de dezembro de 1792; mesmo no auge do
Terror, três Lojas da capital, "Le Centre des Amis", "Les Amis de la
Liberté" e "la Martinique des Frères Réunis", não deixaram de
promover reuniões.
Mas houve uma grande diminuição da atividade maçônica, prejudicando
as relações com a Grande Loja inglesa. Passado o auge do movimento,
Roettiers de Montalau, cujo retrato orna a sala do Conselho da
Ordem, em Paris, acima da cadeira do Presidente empenha-se, a partir
de 1795, na reconstituição do Grande Oriente, tentando conciliá-lo
com a Grande Loja. Graças aos seus esforços, a 21 de maio de 1799,
as duas Obediências redigem um tratado de união, completando a união
maçônica na França, a qual pouco iria durar, já que, em 1804, ela
seria comprometida pela introdução do Rito Escocês Antigo e Aceito,
de 33 graus, com a fundação do Supremo Conselho do conde de
Grasse-Tilly (o primeiro Supremo Conselho foi fundado em Charleston,
Carolina do Sul, EUA, em 1801).
Sem dúvida é o Rito Moderno, hoje, o único fiel ao texto original
das Constituições de Anderson (1723), que enfeixavam os antigos usos
e costumes da Maçonaria e que se tornaram o instrumento jurídico
básico da moderna Maçonaria.
O CISMA DOS "ANTIGOS" E "MODERNOS"
Constituída a princípio por quatro oficinas, como vimos no tópico
anterior, a Grande Loja de Londres teve durante muito tempo
influência limitada. As outras Lojas inglesas continuaram a obedecer
às Antigas Obrigações. Enquanto era elaborado o texto de Anderson,
surgiu em Londres uma edição da "Antigas Constituições", numa
intenção de contestar as inovações de Anderson e Désaguliers. O
centro da resistência foi a antiga Loja de York. As oficinas, então
intituladas de "Antigas", que respeitavam o princípio tradicional da
Loja "Livre", não se haviam agrupado em nenhuma organização
obediencial. Somente em 1753 decidiram os refratários constituir a
"Grande Loja dos Maçons Francos e Aceitos" consoante as Velhas
Constituições, ou Grande Loja dos Antigos Maçons da Inglaterra.
A GRANDE LOJA UNIDA E O RITO DE YORK
A organização obediencial foi proveitosa para a Ordem,
aumentando-lhe o prestígio. O caráter de instrução ao mesmo tempo
aristocrático e intelectual, favoreceu da melhor maneira o seu
desenvolvimento. Fosse nobre ou plebeu, clérigo, militar,
funcionário ou mercador, todos ambicionaram a honra de ser admitido
na Fraternidade. A divisão entre "antigos" e "modernos" durou até
1813. Nessa data as duas Grandes Lojas, cuja rivalidade perdera o
objetivo doutrinário, se reconciliaram e se fundiram. A nova
potência adotou o nome de Grande Loja Unida dos Antigos
Franco-maçons da Inglaterra. Em 1815 foram publicadas as
"Constituições da Nova Grande Loja". A obrigação primeira, relativa
a Deus e à religião, foi redigida de forma a restringir a ampla
tolerância proclamada por Anderson sobre o tema. Na nova Carta o "deísmo"
foi substituído por um "teísmo" pessoal.
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